O jejum intermitente e a perda de peso: uma análise profunda
Será que o jejum intermitente realmente influência na redução de peso? Estudos científicos apontam que o jejum intermitente pode resultar em uma significativa perda de peso, geralmente observada em períodos de 8 a 12 semanas. A taxa de redução de peso varia entre 0,1 a 0,6 kg por semana, representando uma perda total de 3 a 8% do peso inicial. Essa diminuição ocorre principalmente devido à redução da massa gorda subcutânea.
Tais resultados são frutos de mudanças metabólicas provocadas pelo déficit calórico gerado durante o jejum. Esse processo conduz a um aumento na lipólise, proteólise e à diminuição da glicogenólise.
Outro aspecto interessante é a influência do jejum intermitente na regulação negativa da expressão do gene mTOR em tecidos musculares, reduzindo a síntese proteica e intensificando a oxidação de gorduras.
Além disso, o jejum intermitente pode diminuir os níveis do hormônio grelina, responsável pela sensação de fome, atuando no centro hipotalâmico.
Junto à rápida perda de peso, outros benefícios do jejum intermitente incluem a redução da pressão arterial e da frequência cardíaca, melhoria no perfil lipídico, diminuição do colesterol total e do LDL-c, e aumento do colesterol HDL. Porém, há controvérsias nestes achados.
Esses efeitos são exclusivos do jejum intermitente? Apesar dos benefícios, estudos indicam que a perda de peso com o jejum intermitente é similar à de dietas de restrição calórica. Uma revisão de 11 estudos na revista “Nutrients” mostrou que em 9 deles, não houve diferença significativa na perda de gordura corporal entre os praticantes do jejum intermitente e aqueles em dietas de déficit calórico.
Quais as desvantagens do jejum intermitente?
O jejum intermitente não é adequado para todos, especialmente para pacientes com diabetes tipo 1, mulheres grávidas ou amamentando, e pessoas com distúrbios alimentares.
A longo prazo, a adesão ao jejum intermitente tende a diminuir significativamente, com taxas de abandono entre 21 a 44%.
Efeitos como a redução nos níveis de leptina e adiponectina são preocupantes, pois estas substâncias são fundamentais em processos anti-inflamatórios e na regulação da sensibilidade à insulina. Além disso, o jejum pode levar à perda de massa muscular, alterações no ciclo menstrual, maior recuperação de peso pós-dieta, deficiências nutricionais, e sintomas como mau hálito, fraqueza, tontura, constipação, tensão, raiva e fadiga.
O jejum intermitente é uma boa estratégia para perda de peso?
O jejum intermitente pode ser eficiente para a perda de peso a curto prazo e trazer benefícios metabólicos.
No entanto, outras dietas com restrição calórica podem oferecer resultados semelhantes no tratamento da obesidade e sobrepeso, sem impor mudanças drásticas na rotina. O jejum intermitente pode não ser eficaz a longo prazo e apresenta efeitos colaterais.
Por fim, é essencial que um nutricionista avalie cuidadosamente o melhor método de emagrecimento para cada paciente, levando em conta os impactos de cada intervenção na saúde, visando resultados verdadeiramente satisfatórios.